sábado, 19 de outubro de 2013

PADRE GERALDO: O homem que nasceu para cuidar dos necessitados

Um homem caridoso, empenhado e de mente revolucionária. Assim era Gerard Lothaire Jules Olivier, o padre Geraldo. O belga que veio ao mundo para se doar aos pobres, poderia - com tais qualidades - em seus 76 anos de vida, ter alcançado qualquer posição idealizada pelo ser humano.

E apesar de assim ter o feito, já que apenas prefeito de Japaratuba ele foi por quatro vezes - além de ter alçado inúmeras outras conquistas -, o único desejo cultivado dentro de si, era o de ajudar pessoas em condições de vulnerabilidade a ter uma vida melhor.
Talvez, essa vontade de ‘dar sem olhar a quem’ tenha sido despertada por conta dos momentos vividos ainda na infância – quando seu pai serviu ao exército durante a Segunda Guerra Mundial e sua família enfrentou várias dificuldades.

Traumas jamais esquecidos e que o ensinou a persistir em seus objetivos com garra e determinação, sem esmorecer diante das dificuldades. Contudo, o que se sabe ao certo, é que a bondade imperava no coração daquele homem, nascido em 10 de outubro de 1936, em Tournai, na Bélgica, e que se vivo, completaria 77 anos.

E com tantas aspirações voltadas para o social, Gerard, que se ordenou padre com 28 anos, não poderia ter desembarcado em lugar melhor, que a pequena cidade de Japaratuba. Convidado a sair do seu país com o propósito de minimizar a falta de sacerdotes nas dioceses sergipanas, o então pároco mudou a realidade daquele município ao colocar em prática seu trabalho.

Prova disso é que, logo em sua chegada, ajudou a população a conquistar posses de terras, colaborou para a fundação da Cooperativa Agrícola Mista de Colonização Jardim e auxiliou na criação das bandas de Músicas Euterpe Japaratubense e Santa Terezinha.

Durante os 48 anos dedicados à Japaratuba, padre Geraldo, como era carinhosamente chamado, colaborou ainda para a criação de ONGs, ajudou japaratubenses que não possuíam moradia a conseguirem a tão sonhada casa própria e lutou incessantemente para não deixar faltar o alimento na mesa daqueles que precisavam. Assim como ele dizia: lutou para dar liberdade ao povo de Japaratuba.

Estranho seria se, nesta data, os corações japaratubenses não ficassem um pouco vazios, se a saudade não abrisse lacunas difíceis de serem preenchidas e se aqueles que puderam desfrutar de sua presença, não sentissem vontade de dar um abraço no “bom velhinho”.

Apesar do vazio, o legado construído e deixado por ele é muito maior. E independente do sentimento de perda que acomete a população, a alegria de tê-lo nos últimos 48 anos, supre a falta que hoje ele faz


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