segunda-feira, 30 de junho de 2014

Nosso Prata vale ouro - é preciso preservá-lo

É preciso sensibilidade ambiental e coragem para defender esse patrimônio natural.

A nossa atuação desde 1987 em ações individuais e coletivas em defesa do Rio Japararuba, nos credencia e legitima a debater e fazer algumas ponderações sobre o que entendemos ser necessárias como elemento de contributação não apenas ao debate, mas essencialmente a continuidade da luta em defesa do maior patrimônio natural de dezoito municípios sergipanos.

Recentemente o Comitê da Bacia Hidrografica do Rio Japaratuba (CBHJ), o Parlamento das Águas, do qual faço parte, desenvolveu uma expedição cujos resultados foram remetidos em forma de trabalho cientifico, o qual recebeu da Agência Nacional das Águas (ANA/MMA) um prêmio correspondente a um Oscar das Águas.

A Secretária de Eatado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh/SE), cuja omissão e prevaricação é sintomática na bacia hidrográfica, se apegou a esta conquista como se tivesse marcado um gol e tem feito ecoar nos quatro cantos de Sergipe como uma ação de governo.

Paradoxalmente, a Semarh/SE e seu braço licenciador e fiscalizador, a Adema, tem atuação sofrível fechando literalmente os olhos para as agressões ambientais que são denunciadas pelos vários atores sociais.

As nascentes que alimentam desde os seus tributarios (afluentes) até a calha principal do Rio Japaratuba estão ameaçadas pelo plantio agressjvo da cana-de-acucar em áreas vulneráveis, além de outros elementos nocivos e que precisam ser debelados.

A retirada da água para irrigação pelo método de expersão e gotejamento (este menos voraz) tem contribuído sobremaneira para a diminuição da vazão ecológica dos corpos de água, que perdem a sinergia e capacidade de oxigenação, diminuindo a presença da vida, "sepultando" literalmente muitos riachos e correios.

■ É Ouro...
Distante 4 km da sede do município de Japararuba, a nascente do Rio do Prata, na Fazenda Timbô é muito mais que um patrimônio natural não apenas dessa unidade da de planejamento, mas patrimônio cultural do Vale do Japaratuba. Seu leito desagua na margem esquerda do "rio de muitas voltas" (Rio Japaratuba na linguagem tupi-guarany) sendo um de seus principais tributários pelo volume que se alimenta por dezenas de nascentes quase todas elas desprotegidas e desasistidas.

■ Abastecimento humano...
A vazão das principais nascentes, onde se localiza a estação de captação da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) é suficiente para abastecer a cidade de Japaratuba e os povoados São José e Maribondo (este no município de Pirambu). E sua abundância ainda daria para abastecer a sede do município de Pirambu se fosse necessário, conforme nos revelou um qualificado técnico da companhia.

■ É Prata...
Várias promessas de campanhas já foram feitas para o uso sustentável do Balneário Prata, que atrai centenas de pessoas de várias cidades do Vale do Japaratuba e de outras regiões, mas estas ilustraram revistas e jornais produzidos por candidados ávidos por votos e o poder, mas sem qualquer compromisso com as demandas e questões ambientais de Japaratuba. Ao longo dos últimos anos não se investiu em melhoramento da infraestrutura física e paisagística que pudesse promover a harmonia entre o homem e o meio. Em Japaratuba falta uma politica ambiental que contemple o uso racional e responsável dos recursos naturais de uma forma geral e hídricos em especial.

■ Panis et circense...
Um dos maiores desserviço da segunda gestão do ex-prefeito Padre Gerard Olivier (2001/2004) foi a criação do evento conhecido como Prata Folia, que transformou aquele local de um ecossistema frágil e de necessária atenção do poder público, em uma arena para a realização do carnaval fora de época. Apesar da manifestação contraria de ambientalistas e militantes das mais diferentes matizes sociais, que não se rendem aos apelos eleitoreiros, a "farra" foi mantida e mais de 10 anos depois não há uma sinalização para que o município se absteça de realizá-la.

■ É bronze...
Da mesma forma que o Carnajapa, festa momesca realizada pelo poder público municipal durante este ciclo festivo, tem se constituído em uma agressão antrópica estimulada contra aquele santuário ecológico e que é preciso não apenas a sensibilização dos gestores públicos, mas a necessária interveniencia do Ministério Público Estadual no sentido de coibir a realização de eventos de magnitude superior que a capacidade de regeneração daquele espaço que precisa ser visto com outros olhos.

■ Prata no pódio
Desprovido de qualquer sentimento que queiram os desavisados e apressadinhos nos imputar (por ignorancia ou má fé), defendemos que o Balneário Prata possa ser encarado com a prioridade e grandiosidade cuja alcunha o eleva, merecendo do poder público um tratamento de Ouro. Recursos financeiros não são problemas e estes existem em excesso em um município possuidor proporcionalmebte de um dos mais robustos orçamentos do Brasil, mediante os "generosos" repasses em forma de compensação (nunca na dimensão da agressão) em royalties pela extração do petróleo em seu território.

■ Mensagem do dia:
"Eu aprendi no transcurso de nossas vidas que os adversários só te criticam - e o fazem por sentirem-se ofuscados. Os aliados só te elogiam - e o fazem para te agradar. Os amigos, estes cada vez em menor numero, mas seletos, falam a verdade".

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