Nascido em 10 de outubro de 1936 em Tournai, na Bélgica, Gerard Lothaire Jules Olivier, mais conhecido como padre Geraldo, é um dos maiores políticos que já existiu na história de Japaratuba. Estando atualmente em seu quarto mandato como prefeito do município, o filho de Richard Olivier e Elizabeth Cardon, aprendeu ainda na infância – quando viu membros de sua família serem prisioneiros na Segunda Guerra Mundial – a persistir em seus objetivos, com garra e determinação, sem esmorecer diante das dificuldades.
Descobriu
sua vocação para padre ao se envolver em movimentos de juventude,
através de uma caminhada de engajamento pelos trabalhos desenvolvidos
pela Ação Católica, coordenada pelo famoso Cardeal Cardin, que aplicava
o método do ver, julgar e do agir. Decidiu, então, entrar para o
seminário na Bélgica, ao passo que investia nos estudos, sendo aluno
livre de Medicina Tropical e Sociologia, pelas Universidades de Lyon,
na França e Louvain, na Bélgica.
Ordenou-se
em 19 de março de 1964, transformando-se em um dos primeiros sacerdotes
da Bélgica. Depois de ordenado, passou um ano estudando a língua
portuguesa na Universidade de Louviana. Foi justamente nesta época que
Gerard passou a conhecer um pouco da realidade latino-americana.
Parecia que o caminho do atual prefeito de Japaratuba já se direcionava
para o Brasil.
Foi
quando o bispo da cidade de Propriá, Sergipe, na época, Dom José
Brandão de Castro, precisou viajar à Bélgica para resolver um problema
enfrentado por ti, em sua diocese: havia apenas dois padres para
conduzir os fiéis. Uma realidade contrastada com a do país de Gerard,
em que 1000 padres se dividiam por nove dioceses. A diferença
considerada absurda pelo então recém-ordenado, o fez se entusiasmar com
a perspectiva de desenvolver seu trabalho no Brasil.
Foi
designado para o menor estado do país para trabalhar na paróquia da
cidade de Japaratuba. Chegou no período da revolução militar, para
desenvolver um novo trabalho na Igreja, voltado para o social.
Encontrou certa resistência por parte dos habitantes nos primeiros
meses, mas com seu jeito simples, conquistou a população. Em pouco
tempo, Gerard já conhecia o modo de viver, pensar e até mesmo, rezar de
seus paroquianos. Mesmo residindo em Japaratuba desde 1965, Padre
Geraldo teve ainda a oportunidade de trabalhar nos municípios de
Canhoba e Ilha das Flores.
Empenhado
em suas funções, ajudou a população de Japaratuba em grandes
conquistas, sobretudo em posses de terras. Segundo o próprio padre
Geraldo, com o apoio do Estado, conseguiu angariar oito mil tarefas de
terra. Dentre as benfeitorias que realizou, Gerard também colaborou
para a fundação da Cooperativa Agrícola Mista de Colonização Jardim
Ltda, foi presidente da Associação de Caridade de Japaratuba, e esteve
à frente das bandas de músicas Euterpe Japaratubense e Santa Terezinha.
Por
ser uma pessoa bem quista pelos moradores de Japaratuba, o ingresso na
política não demorou acontecer. Atendendo a um pedido dos
japaratubenses, resolveu iniciar sua carreira. Começou entrando em
contato com todos os partidos, inclusive os de esquerda. Optou pelo
PMDB “pois naquela época era o partido que acolhia, praticamente, toda
a esquerda, todos que não tinham espaço, pois só existiam no Brasil,
dois partidos. Quando o PT foi formado, nosso relacionamento foi o mais
válido possível”, lembra Gerard.
Uma
vez inserido na política, continuou com a mesma proposta
revolucionária, aplicada em Japaratuba no período em que fez parte da
pastoral de Dom José Brandão de Castro. Em 1982 resolveu, finalmente,
se lançar candidato a prefeito, mas foi cassado pelas “forças
conservadoras”, um mês antes da eleição. Neste mesmo ano, após dois
anos de luta, conseguiu se naturalizar brasileiro, após uma análise
minuciosa das autoridades federais.
Apesar
de não ter conseguido se eleger na primeira tentativa, Gerard não
desistiu. Em 1988 voltou a se candidatar e venceu a eleição para
prefeito de Japaratuba, com a coligação ‘Força Popular’. Nascia naquele
momento, uma forma de governo diferente, voltava para a participação
popular e para a democracia. Era a maneira “Gerard de governar”.
Nove
anos após seu primeiro mandato, padre Geraldo voltou a vencer uma
disputa eleitoral no município que lhe acolheu. Em janeiro de 2001,
iniciava-se a gestão “Dignidade e Esperança”. No ano de 2004 disputou a
reeleição logrando êxito e vencendo nas urnas. Passou a dar
continuidade ao seu trabalho na administração “Com Paz, Dignidade e
Esperança”.
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